Fotografia original do filme brasileiro Vidas Secas (1963) dirigido por Nelson Pereira dos Santos, com fiel roteiro baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos.
Hoje não tem vaca
não tem mais brejo
a vaca foi pra faca
e o brejo já secou.
Agora o real cenário
é a cabeça da vaca
no brejo das almas
aonde o fogo fátuo
fez pacto de fogo
com os pirilampos
que acenam fachos
para a noite escura
que parece sem fim.
Uma pálida alvorada
faz um claro na estrada
que leva a lugar nenhum.
Tudo certo, tudo deserto
nem o boi, nem o capim.
Tudo cético, tudo incerto
e não deveria ser assim?
Tudo em paz, tudo jaz
e grita a vida: pois sim!
(GM)
Tina de Paula
julho 3rd, 2015 às 14:25
“Uma parteira é chamada para povoar o mundo, nas horas mortas da noite”,
Pura poesia . Percebe-se neste poema a objetividade , apresenta os fatos sem distorcê-los. Embora o poeta seja o personagem de sua própria construção poética, nota-se a impessoalidade, considerado que não há uma maneira pessoal de ver, sentir e pensar. A poesia vale por si mesma, não se compromete e justifica-se pela sua beleza. Que bom que você voltou a produzir poesia!!!!
Graco
julho 3rd, 2015 às 16:26
Valeu, Tina de Paula!
Sempre escrevo, perco, guardo e dou de lambuja para o facebook da life.
Porém, este blog destina-se muito mais para a sua proposta explicitada lá no cabeçalho (abaixo do nome SDV) de ‘greiar’ com a notícia e o tal do ‘politicamente correto’, desde que encha o saco da ‘igrejinha da estrela vermelha’. Recebo e deleto vários impropérios e xingamentos deles, posto que a chamada ‘direita’ não tá nem aí, nem pra esculhambar ou elogiar. Não patrulham e nem pegam ar à toa, pois sempre apanharam e ficaram ‘cascudos’, ao contrário dessa turminha que sempre foi baladeira, até virar vidraça, cada vez mais vulnerável.
Claro que não assumem seus verdadeiros nomes, pois falta-lhes peito e coragem para tanto. Contudo, se assumissem suas verdadeiras identidades, publicaria, com réplicas e tréplicas, pois gosto d’uma boa briga. Mas, são bundões e agem na calada, portanto não tem boquinha. “Aqui só sai o que o dono quer”, como este seu post bacana, comentando algo que escrevi nas “Horas Mortas” da madrugada, brigando com o sono…
Talvez por isso mesmo tenha se ‘salvado e aproveitado’, já que pintou sem pretensão alguma. Aliás, primo por isso. Tanto que na música, apesar de conhecer bem meu instrumento de sopro, digo que sou um “tocador de Vialejo”, daí o nome deste terreiro virtual.
Beleza, Tina de Paula. Sei que você usa ‘codinome’, mas sei quem você é: excessivamente generosa em seu comentário. Obrigado mesmo!